Há uns dias atrás cruzei-me com um colega de turma num dos corredores da faculdade onde estudamos. Após o socialmente correcto cumprimento, aquele, aproveitou o inesperado encontro para antecipar o que mais tarde percebi ser uma espécie de despedida. Corre a fatigante época de exames, período no qual os alunos recorrem não às “férias sabáticas” mas a qualquer coisa que a elas se assemelham. Cada um vai para sua casa ou quarto residencial estudar, e de quando em vez, lá se cruzam, como foi o caso, nos corredores. Uns em direcção à biblioteca, outros a vir da biblioteca!
Após pouco mais de cinco minutos de conversa a pessoa em questão, começou a esboçar a razão pela qual aquele cumprimento tomava então mais tempo do que os vulgos “tudo bem!” aquando dos normais encontros fugazes que acima descrevo. Na altura disse-me que, provavelmente não nos encontraríamos novamente. Naturalmente perguntei-lhe a razão de tal dedução, ao que me explicou que não estaria satisfeito com o curso nem com a metodologia de ensino adoptada, pelo que, tinha pedido e já teria sido aceite a sua transferência de faculdade para outro país, continuando assim os seus estudos de Medicina.
O resto da conversa foi trivial, assim como a despedida nestas situações, desejei-lhe as maiores felicidades e sucesso para a sua vida, resposta idêntica e politicamente correcta da sua parte também.
Este é um dos casos resultantes do tão famigerado fenómeno da Globalização, ou de preferirem da “Aldeia Global”. Não sou adepto das despedidas, acho-as até uma ingratidão perante o destino que junta duas ou mais pessoas numa determinada altura num determinado lugar. Contudo, vi-me forçado a verbalizar uma despedida com alguma dose de certeza de que nunca voltarei a ver tal pessoa, estudámos juntos durante um ano e cada um segue agora a sua vida. Cada vez mais este fenómeno se verifica por esse mundo fora, talvez tenha de me começar a habituar às despedidas, deixando de lado o tão meu “até já” (note-se que, é meu apanágio utilizar esta frase de há uns anos a esta parte, não querendo portanto fazer qualquer tipo de publicidade ou utilizar slogans pré-concebidos).
Eu próprio começo a pensar onde irei eu parar num futuro mais próximo ou longínquo? Já deixei de fazer planos para a vida há algum tempo, a vida vira e revira num piscar de olhos, como diria o autor “a vida às vezes muda no espaço de um grito que nem nos dá tempo para nos adaptarmos.”
Não sei se ficarei por este país onde agora estudo, se volto para o país onde nasci ou se também seguirei o mesmo trajecto deste meu colega de que falo, tomando a iniciativa de neste ou naquele ano pedir transferência para outro canto do mundo. Sinceramente não sei, e as incertezas sobre o futuro neste aspecto crescem de dia para dia.
Surgem-me vários problemas com esta história das incertezas geográfico-temporais, sendo talvez o meu maior sonho constituir uma família, partilhar e transmitir valores, ideias, experiências a quem estiver disposto a seguir comigo um caminho comum dando assim origem a uma nova geração, onde, como e quando tal sonho se realizará? E com esta inconstância qual a sua viabilidade?
Perguntas que cada vez mais me custam a responder. Não nego que gostaria de fazer um “forward temporal” só para ver, lá à frente o que me espera a vários níveis. Como por enquanto isso ainda não é possível, vai-se por aqui vivendo “um dia atrás do outro”!!
Após pouco mais de cinco minutos de conversa a pessoa em questão, começou a esboçar a razão pela qual aquele cumprimento tomava então mais tempo do que os vulgos “tudo bem!” aquando dos normais encontros fugazes que acima descrevo. Na altura disse-me que, provavelmente não nos encontraríamos novamente. Naturalmente perguntei-lhe a razão de tal dedução, ao que me explicou que não estaria satisfeito com o curso nem com a metodologia de ensino adoptada, pelo que, tinha pedido e já teria sido aceite a sua transferência de faculdade para outro país, continuando assim os seus estudos de Medicina.
O resto da conversa foi trivial, assim como a despedida nestas situações, desejei-lhe as maiores felicidades e sucesso para a sua vida, resposta idêntica e politicamente correcta da sua parte também.
Este é um dos casos resultantes do tão famigerado fenómeno da Globalização, ou de preferirem da “Aldeia Global”. Não sou adepto das despedidas, acho-as até uma ingratidão perante o destino que junta duas ou mais pessoas numa determinada altura num determinado lugar. Contudo, vi-me forçado a verbalizar uma despedida com alguma dose de certeza de que nunca voltarei a ver tal pessoa, estudámos juntos durante um ano e cada um segue agora a sua vida. Cada vez mais este fenómeno se verifica por esse mundo fora, talvez tenha de me começar a habituar às despedidas, deixando de lado o tão meu “até já” (note-se que, é meu apanágio utilizar esta frase de há uns anos a esta parte, não querendo portanto fazer qualquer tipo de publicidade ou utilizar slogans pré-concebidos).
Eu próprio começo a pensar onde irei eu parar num futuro mais próximo ou longínquo? Já deixei de fazer planos para a vida há algum tempo, a vida vira e revira num piscar de olhos, como diria o autor “a vida às vezes muda no espaço de um grito que nem nos dá tempo para nos adaptarmos.”
Não sei se ficarei por este país onde agora estudo, se volto para o país onde nasci ou se também seguirei o mesmo trajecto deste meu colega de que falo, tomando a iniciativa de neste ou naquele ano pedir transferência para outro canto do mundo. Sinceramente não sei, e as incertezas sobre o futuro neste aspecto crescem de dia para dia.
Surgem-me vários problemas com esta história das incertezas geográfico-temporais, sendo talvez o meu maior sonho constituir uma família, partilhar e transmitir valores, ideias, experiências a quem estiver disposto a seguir comigo um caminho comum dando assim origem a uma nova geração, onde, como e quando tal sonho se realizará? E com esta inconstância qual a sua viabilidade?
Perguntas que cada vez mais me custam a responder. Não nego que gostaria de fazer um “forward temporal” só para ver, lá à frente o que me espera a vários níveis. Como por enquanto isso ainda não é possível, vai-se por aqui vivendo “um dia atrás do outro”!!