Tive hoje a oportunidade de assistir a um vídeo que me foi dado a conhecer por um amigo que, por sinal, é também um comentador assíduo deste blog, ao que sei e cito-o “é a última coisa cá da pátria!”. O vídeo filmado, ao que parece por um telemóvel de um aluno que estava presente numa sala de aula (o que ainda me indigna mais é este tipo de cooperativismo e passividade dos alunos presentes) de uma escola central do Porto e ao que consta de um liceu histórico da cidade, diz respeito a uma pretensa apreenção de um telemóvel de uma aluna por parte da docente, creio que, por uso indevido ou inapropriado durante a aula.
Entre comentários trocados à dita cena execrável, dois pontos de vista surgiram na conversa, a condenção do acto da aluna e a condenação do acto da professora.
A pessoa em questão condena mais a atitude da docente por ter apreendido algo que não era seu mas sim da aluna, argumentando que, tal facto não seria de todo legal nem corresponderia a uma conduta pedagógica de uma docente à altura da situação. Não consigo corroborar totalmente esta ideia, embora não possa deixar de concordar com o argumento da apropriação indevida do dito aparelho. Concordo que a solução do caso passaria por uma expulsão da aluna da aula com as normais notificações, ao concelho directivo e/ou encarregados de educação, e penalizações inerentes. No entanto, na minha opinião condeno muito mais veemente a atitude da aluna do que da docente. Os docentes são formadores e não “deformadores” dos alunos, portanto têm que forçosamente dar um exemplo de conduta, porém a educação social, se é que assim se pode chamar é sem dúvida um papel dos pais. Ora neste caso o que se observa notoriamente é uma falta de educação e um desrespeito de uma aluna por uma professora muito mais do que uma simples quezília entre pró-formas gerais de relação professor/aluno.
No meio desta história que começa a perder infelizmente os traços de surrealismo e de episódio isolado em Portugal, cabe-me salientar a horrível inoperância e passividade dos colegas, que assistem e incentivam a violência regozijando-se com a fragilidade e impotência da professora.
Na conversa foi-me também confrontado o argumento de que a professora teria pecado ao entrar no confronto físico, pois teria assim descido ao nível da aluna e que quando isso acontece essa descida tem de ser muito bem ponderada, neste aspecto concordo também. Como digo acima os professores têm de ser além de formadores técnicos acima de tudo, salientando mais uma vez que essa formação passa por uma educação direccionada para a vida laboral activa e não para a conduta social dos alunos, essa é o papel dos pais.
Esta é a situação que se vive em Portugal, o ensino não funciona, e não estou a tomar o todo pela parte. Há sem dúvida uma negligência do papel educacional dos pais, seja por falta de tempo, por falta de paciência, por falta de valores para transmitir aos filhos, por excesso de exigência no horário laboral associado a uma instabilidade, na maior parte dos casos, do mesmo. O que é certo é que hoje a quantidade vingou em relação à qualidade, os fins têm de ser atingidos sem olhar a meios, a educação cedeu o lugar à deseducação, ao desrespeito e ao “mimo caprichado”. Para os governos os números de literacia têm de ser atingidos perante a UE, para os pais, os filhos têm de ser licenciados para ostentarem o título de doutores, os valores ético-sócio-morais foram trocados pelos prémios materiais independentemente do sucesso ou insucesso da vida académica do aluno. Pois o resultado está à vista! O professores, são-no por falta de opções laborais ou mesmo porque não sabem muito bem com 18 anos que curso irão tirar para poderem ostentar o supracitado título de licenciados. Falta uma atitude em quase todos os campos da sociedade civil, falta uma postura, falta uma idoneidade e falta principalmente uma linha condutora para os que vão ser a geração orientadora de futuro de Portugal.
Pelo que sei, esta docente não apresentou queixa às instâncias devidas. Não sei sequer se houve ou não repreensão por parte dos pais da aluna à mesma, talvez até não! Este é um caso do Portugal real que vai acabar por “morrer no esquecimento” da opinião pública.
Não vou entrar em campos que não são do meu conhecimento, como os trâmites processuais a seguir dentro do Conselho Directivo ou Pedagógico da Escola, do Ministério da Educação, ou da DREN. Esta é uma crítica ao estado da Educação em Portugal no que diz respeito à “Instituição Escola”, que, como alguém dizia um dia destes foi uma das mais brilhantes invenções da Humanidade.
Não querendo plagiar nada nem ninguém,mas o que é certo é que assim se vai vivendo na Pólis!!
Entre comentários trocados à dita cena execrável, dois pontos de vista surgiram na conversa, a condenção do acto da aluna e a condenação do acto da professora.
A pessoa em questão condena mais a atitude da docente por ter apreendido algo que não era seu mas sim da aluna, argumentando que, tal facto não seria de todo legal nem corresponderia a uma conduta pedagógica de uma docente à altura da situação. Não consigo corroborar totalmente esta ideia, embora não possa deixar de concordar com o argumento da apropriação indevida do dito aparelho. Concordo que a solução do caso passaria por uma expulsão da aluna da aula com as normais notificações, ao concelho directivo e/ou encarregados de educação, e penalizações inerentes. No entanto, na minha opinião condeno muito mais veemente a atitude da aluna do que da docente. Os docentes são formadores e não “deformadores” dos alunos, portanto têm que forçosamente dar um exemplo de conduta, porém a educação social, se é que assim se pode chamar é sem dúvida um papel dos pais. Ora neste caso o que se observa notoriamente é uma falta de educação e um desrespeito de uma aluna por uma professora muito mais do que uma simples quezília entre pró-formas gerais de relação professor/aluno.
No meio desta história que começa a perder infelizmente os traços de surrealismo e de episódio isolado em Portugal, cabe-me salientar a horrível inoperância e passividade dos colegas, que assistem e incentivam a violência regozijando-se com a fragilidade e impotência da professora.
Na conversa foi-me também confrontado o argumento de que a professora teria pecado ao entrar no confronto físico, pois teria assim descido ao nível da aluna e que quando isso acontece essa descida tem de ser muito bem ponderada, neste aspecto concordo também. Como digo acima os professores têm de ser além de formadores técnicos acima de tudo, salientando mais uma vez que essa formação passa por uma educação direccionada para a vida laboral activa e não para a conduta social dos alunos, essa é o papel dos pais.
Esta é a situação que se vive em Portugal, o ensino não funciona, e não estou a tomar o todo pela parte. Há sem dúvida uma negligência do papel educacional dos pais, seja por falta de tempo, por falta de paciência, por falta de valores para transmitir aos filhos, por excesso de exigência no horário laboral associado a uma instabilidade, na maior parte dos casos, do mesmo. O que é certo é que hoje a quantidade vingou em relação à qualidade, os fins têm de ser atingidos sem olhar a meios, a educação cedeu o lugar à deseducação, ao desrespeito e ao “mimo caprichado”. Para os governos os números de literacia têm de ser atingidos perante a UE, para os pais, os filhos têm de ser licenciados para ostentarem o título de doutores, os valores ético-sócio-morais foram trocados pelos prémios materiais independentemente do sucesso ou insucesso da vida académica do aluno. Pois o resultado está à vista! O professores, são-no por falta de opções laborais ou mesmo porque não sabem muito bem com 18 anos que curso irão tirar para poderem ostentar o supracitado título de licenciados. Falta uma atitude em quase todos os campos da sociedade civil, falta uma postura, falta uma idoneidade e falta principalmente uma linha condutora para os que vão ser a geração orientadora de futuro de Portugal.
Pelo que sei, esta docente não apresentou queixa às instâncias devidas. Não sei sequer se houve ou não repreensão por parte dos pais da aluna à mesma, talvez até não! Este é um caso do Portugal real que vai acabar por “morrer no esquecimento” da opinião pública.
Não vou entrar em campos que não são do meu conhecimento, como os trâmites processuais a seguir dentro do Conselho Directivo ou Pedagógico da Escola, do Ministério da Educação, ou da DREN. Esta é uma crítica ao estado da Educação em Portugal no que diz respeito à “Instituição Escola”, que, como alguém dizia um dia destes foi uma das mais brilhantes invenções da Humanidade.
Não querendo plagiar nada nem ninguém,mas o que é certo é que assim se vai vivendo na Pólis!!